Felizmente nem todas as comédias americanas são ocas.

Eu confesso que sou um grande fã de road movies e Everything is Illuminated é um excelente equilibrio de todos os elementos que devem conter uma grande viagem. Diversão, momentos a olhar para o horizonte, o reavivar de lembranças tristes, o laço que se cria com os companheiros de viagem, a satisfação de missão cumprida quando tudo termina e a certeza de que crescemos com a experiência, que tudo se ilumina.

Jonathan Safran Foer é um jovem judeu, coleccionador de memórias da família, que decide viajar até à Ucrânia para descobrir mais sobre as suas raízes. Acaba por encontrar mais do que ambicionava e tem uma experiência única de auto-descoberta. Alex e o seu avô vão ser os guias nesta viagem pelo interior da ucrânia, marcada pela 2ª Guerra Mundial.

Alex é um dançarino, carregado de influências da cultura hip-hop americanas, especialmente marcadas na sua forma de vestir à lá chulo, mas que domina muito mal a lingua inglesa. Curiosamente vai ser o tradutor de Jonathan na sua caminhada pela Ucrânia. O avô de Alex, cujo nome nunca chegamos a saber, é um velho resmungão que teima em dizer que está cego. Curiosamente vai ser o motorista/guia nesta viagem.

Curiosidades que dão um tom cómico ao filme, mantendo-nos sempre entretidos e recheando o argumento de momentos de um humor muito inteligente e particular, que poderão não agradar à generalidade do público. Pessoalmente adorei.

Elijah Wood tem feito uma fabulosa gestão de carreira depois do sucesso de Lord Of The Rings, escolhendo papéis em filmes tão diversos como Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Green Street Hooligans ou Sin City, abrindo portas a muito mais do que apenas o Frodo. Em Everything Is Illuminated está fantástico, tanto num registo cómico como num registo dramático, dando mais uma vez provas das sua imensa versatilidade.

São cerca de uma hora e quarenta minutos muito bem passados em que a gargalhada é certa e certamente estamos destinados a ser tocados por Jonathan Safran Foer.